OFICINA DIZ: A gente acredita que o que a gente veste é extensão do que a gente é por dentro. A gente acredita mesmo e acha que “existência e aparência são forçados a se interligar na constituição da subjetividade contemporânea”, como disse a professora Cristiane Mesquita. Ao mesmo tempo, “cada história singular é atravessada por aspectos culturais, políticos, econômicos, científicos, afetivos, familiares, etc” (também foi a professora que falou!). Então o que a gente veste é extensão do que a gente é por dentro mas também é produto do meio em que a gente vive. Não?
imagens do livro “meninas do brasil”, de mari stockler…
OFICINA DIZ: Todo mundo se veste de dentro pra fora e de fora pra dentro, não necessariamente dos dois jeitos ao mesmo tempo ou nessa ordem. Todo mundo faz escolhas por emoção (de dentro pra fora), porque quer ter confiança e segurança, quer mostrar o corpão e quer comunicar personalidade. Mas não tem como fazer escolhas ignorando o exterior (de fora pra dentro): ninguém quer se sentir inadequado, ninguém quer se destacar demais (de jeito ruim), ninguém quer ter o modelón gongado. O meio e o coletivo super influenciam o vestir individual. Que todo mundo quer pertencer a um grupo, mas quer se destacar dentro dele – a gente quer ser igual e ao mesmo tempo diferente. Confusão de estilos?
… que fotografou ruas, bailes e sambas e os chamou de ‘mundo paralelo’
OFICINA DIZ: E da conversa sobre a existência – ou não! – de um street style brasileiro (aqui e aqui) surgiram questionamentos e fórmulas que direcionam não só esse assunto mas também a ‘construção’ do estilo pessoal: se conhecer, identificar ‘dna’, saber contar uma história através do que se veste e adquirir mais e mais intimidade com a própria essência são caminhos pra que as aparências possam revelar subjetividades. Quando colocamos características de quem somos (e do que curtimos) no que vestimos estamos comunicando estilo. O que é importante pra gente tem que aparecer objetivamente no que vestimos pra contruir essa subjetividade: em cores, em caimentos, em texturas, acessórios, tecidos e estampas.
as moças do ‘mundo paralelo’ têm estilo pessoal super definido, não têm?
OFICINA DIZ: Esse é mais ou menos o princípio do “self-branding”: descobrir pontos fortes e aquilo que é único num indivíduo e transformá-los um super diferencial. Achar essa ‘diferençazinha’ é a graça do vestir, não?!?? Porque, no fim, ter estilo é ter história pra contar, ter conteúdo pra mostrar, com nuances e sutilezas que só podem vir de dentro da gente, com a nossa narrativa. E aí, se essa “receita” fosse aplicada pra nação inteira (conteúdo a gente tem!), talvez a gente não tivesse mais dúvidas sobre qual é o nosso estilo – de rua e de qualquer lugar.
meninas, nada como as dúvidas para avançarmos um pouco a discussão.
a moda de rua no Brasil já existe ou está em formção?
de qualquer forma, eas fotos da mari stockler são tão moda de rua como essas que a Biti aparece? ou não?
http://estilo.uol.com.br/moda/album/volumeserua_album.jhtm?abrefoto=13
muito a se pensar?
Meninas, a moda de rua ta aí… nas ruas!
Adorei o post. E, se existe rua, existe moda de rua. Pra mim é simples assim! beijo!
Arrasaram!!! Adorei tudo o que disseram! E super me identifiquei quando vcs falaram que a gente se influencia pelo meio em que estamos!!! hahaha
Amei!
Ah, e esqueci de dizer, esse post com as fotos do livro da Mari Stockler ficou muito bom. As fotos me lembraram um documentário que a MTV fez ano passado sobre funk carioca…
a moda de rua nada mais é do que a roupa de passarela adaptada por nós e para nosso corpo.
bom adorei o post ….. valeu pra levantar a discusaão….
descomplicaram tudo de uma forma bem simples 😀
tinha acabado de comentar no “A moda somos nozes”, e dito que : O que vejo como moda de rua hoje, é a capacidade de as pessoas conseguirem misturar, entreter e mostrar sua personalidade em sua roupa, mas é um aprendizado de dentro pra fora e que muitas pessoas não conseguem traduzir o seu comportamento assim, as vezes por vergonha de todos olharem e o acharem estranho, mas isso toma outro rumo e outro questionamento, pois o que pode ser estranho pra você pra mim talvez não seja e vice e versa.
e o questionamento que eu citava era justamente esse que vocês discutiram com tanto embasamento e parabéns.
bjOx.
Eu fico tão orgulhoso de estar na companhia de vocês.
Esse é um resumo muito bom: “ter estilo é ter história pra contar, ter conteúdo pra mostrar, com nuances e sutilezas que só podem vir de dentro da gente, com a nossa narrativa”.
A discussão continua na quinta!!!!